4 de jan. de 2008

A cafeína



A cafeína é um composto químico de fórmula C8H10N4O2 — classificado como alcalóide do grupo das xantinas e designado quimicamente como 1,3,7-trimetilxantina. É encontrado em certas plantas e usado para o consumo em bebidas, na forma de infusão, como estimulante.
A cafeína apresenta-se sob a forma de um pó branco ou pequenas agulhas, que derretem a 238°C e sublimam a 178°C, em condições normais de temperatura e pressão. É extremamente solúvel em água quente, não tem cheiro e apresenta sabor amargo.
Entre o grupo das xantinas (que incluem a teofilina e a teobromina) a cafeína é a que mais atua sobre o sistema nervoso central. Atua ainda sobre o metabolismo basal e aumenta a produção de suco gástrico.

Doses terapêuticas de cafeína estimulam o coração aumentando a sua capacidade de trabalho, produzindo também dilatação dos vasos periféricos.

Uma xícara média de café contém, em média, cem miligramas de cafeína. Já numa xícara de chá ou um copo de alguns refrigerantes encontram-se quarenta miligramas da substância. Sua rápida ação estimulante faz dela poderoso antídoto à depressão respiratória em conseqüência de intoxicação por drogas como morfina e barbitúricos. A ingestão excessiva pode provocar, em algumas pessoas, efeitos negativos como irritabilidade, ansiedade, agitação, dor de cabeça e insônia.
Altas doses de cafeina excitam demasiadamente o sistema nervoso central, inclusive os reflexos medulares, podendo ser letal. Estudos demonstraram que a dose letal para o homem é, em média, de 10 gramas.

Tomar café é muito bom mas requer cautela para não adquirir uma dependência, também conhecida como cafeinismo.





Os efeitos da Cafeína



A cafeína exerce seus efeitos farmacológicos principalmente
pelo seu efeito através do antagonismo dos
receptores de adenosina.




A cafeína possui dois mecanismos de ação no organismo
humano: antagoniza os receptores de adenosina, o
neurotransmissor dos neurônios purinérgicos, e também
inibe a enzima fosfodiesterase, a responsável pela
destruição do mediador químico intracelular denominado
adenosina monofosfato cíclico (AMP-cíclico), o que causa
um aumento do AMP cíclico intracelular.
Esses efeitos nas membranas e no interior das células
determinam alterações no movimento do cálcio intracelular,
o principal íon envolvido no processo de contração das
fibras musculares. Talvez alterações iônicas semelhantes
ocorram nas células nervosas e glandulares, onde a
cafeína possui um efeito estimulante. A cafeína pode
também inibir ou reduzir a captação extraneuronal de
catecolaminas, como também pode ter outros mecanismos
de ação. Quando as xantinas como cafeína, teofilina e
teobromina são administradas pela via oral, a cafeína
é a mais rapidamente absorvida. Mais de 99% de uma
dose oral de cafeína são absorvidas, com concentrações
plasmáticas máximas atingidas em 15 a 45 minutos. Uma
dose de 250mg determina concentrações plasmáticas entre
5 e 25mcg/mL.
Após entrar na corrente sangüínea, a cafeína é distribuída
a todas as células do organismo, onde penetra livremente.
Atravessa a placenta em gestantes e está presente no leite
materno em lactentes que fazem uso de bebidas que a
contém. Uma pequena parcela da cafeína circulante no
sangue liga-se às proteínas plasmáticas, que atuam como
uma forma de depósito da substância. À medida que a
cafeína das células vai sendo destruída pelo organismo e
eliminada, a cafeína ligada às proteínas é liberada para
suprir a quantidade eliminada, até a sua completa excreção
do organismo.
A principal rota de eliminação da cafeína e das demais
metilxantinas é o fígado. Nas células hepáticas a cafeína
é transformada em dois metabólitos principais, o ácido
1-metil-úrico e a 1-metil-xantina. Também são formadas
pequenas quantidades do ácido 1,3-dimetil-úrico, a
7-metil-xantina e a 1,7-dimetilxantina. Esses metabólitos,
juntamente com uma pequenina parcela de cafeína intacta,
são excretados pela urina. O fígado leva um certo tempo
para metabolizar a cafeína. O tempo gasto para degradar
50% da quantidade existente no organismo é denominado
meia-vida, cujo símbolo é t 1/2. A meia vida da cafeína
apresenta uma grande variação individual, oscilando entre 3
e 7,5 horas em indivíduos normais.
O metabolismo da cafeína pode ser modificado por um
grande número de fatores. Pode ser estimulado pelo
próprio tabagismo, o que faz com que a cafeína seja mais
rapidamente eliminada, levando a um aumento do consumo
de café pelo fumante. É mais rápido em crianças, com meiavida
em torno de 3,5 horas, diminui em gestantes, com uma
meia-vida em torno de 10 a 15 horas, sendo por isto mais
suscetível aos seus efeitos. O uso de anticoncepcionais orais
que contêm estrógenos e progesterona também diminui
a metabolização hepática da teofilina, aumentando sua
meia vida e tornando a mulher mais sensível à ingestão de
grandes quantidades de café.
Doenças hepáticas, como a cirrose e cardíacas, como
a insuficiência cardíaca, também levam à menor
metabolização da cafeína e a uma maior meia-vida.
Adicionalmente, pessoas desnutridas possuem um
metabolismo prejudicado com uma meia-vida maior.
Pessoas desnutridas, com doenças hepáticas ou cardíacas,
mulheres que fazem uso de anticoncepcionais e gestantes
podem apresentar menor tolerância à ingestão de
quantidades regulares de café enquanto um fumante
crônico pode tolerar uma grande quantidade.

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